02/08/2025 | Frederico Costa Mendes aperta a mão a Paul McCartney | Mensagem áudio
Hoje celebramos o sucesso de um angolano que se doutorou no passado dia 29/07/2025 no Instituto de Artes Performáticas de Liverpool (LIPA). E ainda teve a honra de ter apertado a mão do beatle Paul McCartney na cerimónia de graduação.
Freddie Mendes é, provavelmente, o único angolano a ter apertado a mão a um beatle, e para mais durante a sua cerimónia de graduação no instituto de que McCartney é o patrono.
Freddie teve a amabilidade de nos mandar um áudio, onde nos fala da sua dupla emoção. Também podemos ver as suas fotografias da cerimónia e por fim dois textos escritos por si.
Hoje celebro uma conquista muito especial, a minha graduação em BA (Hons) Music, Entertainment, Events & Theatre Management pela LIPA – Liverpool Institute for Performing Arts (2025). Oficialmente graduado.
Foram 3 anos intensos de muito aprendizado, desafios, dedicação, crescimento pessoal e profissional que levarei comigo para vida e Angola, construindo pontes e intercâmbio cultural com a missão de promover culturas e usar a arte como ferramenta de transformação social e económica. 🌍
Tive a oportunidade de mergulhar no universo da música, do entretenimento, dos eventos e das artes cénicas muito cedo, aprendendo com profissionais incríveis e vivenciando experiências que me prepararam para sonhar mais alto.
Este momento não é apenas meu – é também dos meus Pais e minha avó e bisavó. Mas também carrego comigo o compromisso de levar todo o conhecimento e experiência adquiridos para Angola, criando pontes e promovendo intercâmbio cultural entre países através da arte e da cultura.
Acredito profundamente que a cultura é uma ferramenta poderosa de transformação social e económica. Este diploma é um passo importante para o futuro que sonho, um país onde a cultura e a arte possam gerar oportunidades e combater a pobreza.
Obrigado a todos que fizeram parte desta jornada. O meu coração está cheio de gratidão por todos que fizeram parte desta caminhada , colegas, professores, família e amigos que me apoiaram ao longo desta jornada. Este é apenas o começo de algo maior.
Que possamos continuar a usar a arte como ponte entre mundos, inspirando e impactando vidas.
“O Que Me Levou à LIPA – Por Frederico Mendes"
Minha ida para a LIPA foi, na verdade, algo muito espontâneo, quase como se a cidade de Liverpool tivesse me guiado até lá de forma natural. Em 2019, mudei-me com minha família para Liverpool em busca de novos horizontes. Meus filhos começaram a estudar na escola primária da LIPA, e todos os dias eu passava em frente ao prédio do instituto. Aquele lugar sempre me chamava atenção. Um dia, movido pela curiosidade, entrei para conhecer melhor. Peguei um dos catálogos dos cursos e, ao folhear, descobri que havia um curso de Gestão de Música e Entretenimento.
Naquele instante, algo fez sentido dentro de mim. Eu já vinha trabalhando com produção cultural, música e eventos desde 2010 em Angola — organizando festivais, promovendo artistas, criando pontes entre culturas. E essa paixão vem de muito antes. Eu cresci rodeado por arte e comunicação. Meu pai foi um dos cofundadores da primeiro canal de televisão de Angola (TPA), e minha mãe trabalhou por muitos anos com artes plásticas e entretenimento. Ou seja, de certa forma, esse mundo sempre foi o meu mundo.
Estudar na LIPA foi uma experiência transformadora. Não só por estar num ambiente onde se respira criatividade e excelência, mas também por perceber como minha trajetória, mesmo tendo começado do outro lado do oceano, encontrava ali um espaço de reconhecimento, aprendizado e crescimento. A LIPA me ajudou a afinar o meu olhar sobre a indústria criativa, a pensar de forma mais estratégica, e a me conectar com uma rede internacional de artistas e profissionais.
E claro, receber o diploma das mãos de Sir Paul McCartney foi algo que jamais esquecerei. Mais do que um momento simbólico, foi um verdadeiro presente da vida. sir Paul não é apenas um ícone da música mundial, mas também um símbolo de como a arte pode atravessar gerações e transformar realidades. Estar diante dele, naquela cerimónia, representou para mim a celebração de um ciclo, o reconhecimento de um percurso feito com muita dedicação, paixão e amor pela arte e cultura.
Liverpool, a LIPA e tudo o que vivi nesse caminho me ensinaram que quando seguimos a nossa vocação, mesmo de forma espontânea, a vida encontra maneiras de nos levar exatamente onde deveríamos estar.